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Canto ou Fibra Qual o mais fácil de selecionar?
Ter 23 Out - 13:48
Canto ou Fibra Qual o mais fácil de selecionar?
Por
Luiz Antonio Taddei
Einstein dizia: “o grande desafio é montar o problema. A partir daí pelo menos mil pessoas podem resolvê-lo”.
Recentemente estabeleceu-se uma discussão sobre o tema título e muito embora tenha nascido especialmente referindo-se aos canários da terra, é abrangente às demais espécies de pássaros nativos canoros que participam de torneios em todo Brasil.
O assunto teve início quando um criador de menos vivência, colocou a questão:
“em sua opinião, quais os prós e os contra em criar canários de fibra e de canto?”
Era uma tomada de posição. Amante das duas modalidades e sendo ainda iniciante, estava indeciso no caminho a seguir; ele só queria obter informações de criadores mais experientes antes de optar pelo caminho a seguir.
“Opção por fibra ou canto: As dificuldades vão ser iguais, com manejos distintos. Aqui vai da predileção de cada um. Erroneamente, assim como acontece com outras espécies, existe uma afirmação de que pássaros considerados descarte para canto podem ir para fibra”. Rogério Fujiura, criador e pesquisador – (São Paulo-SP).
Seja qual for a modalidade ou finalidade da criação: Canto, Fibra, Mutações e sei lá mais o que pode ter de finalidades, TODAS SÃO IGUALMENTE DIFÍCEIS.
Talvez, por pensarem que entre as qualidades naturais de nossos pássaros está a "valentia", acreditem mais fácil selecionar Fibra, puro engano. Tudo é difícil; ainda não temos literatura consistente, ainda estamos todos no início e ainda carecemos de experiências e informações. Mas, também, não tenho dúvidas que sejam quais forem os objetivos, caminhamos para alcançá-los. Já temos um grande contingente de apaixonados que já se convenceu que ou criamos nossos pássaros de torneios e consequentemente campeões ou nossa atividade estará liquidada.
Para os passarinheiros, não existem pássaros melhores que os de sua própria criação. Mas, qual é o divisor de águas??? Como saber e avaliar se estamos alcançando os objetivos propostos???
“Em Fibra, para podermos ter a avaliação correta se o pássaro vai ou não ser de "ponta", temos que aguardar o seu amadurecimento (o canário tornar/virar amarelo), e principalmente testá-lo em rodas. De pouca valia são os testes feitos em "demandas", "poeiras", "badernas", etc.... Podem ser excelentes pássaros quando em confronto com poucos pássaros, com muita fibra, e desapontarem quando expostos na roda”. Rogério Fujiura, criador e pesquisador – (São Paulo-SP).
“Canto: Não dá para se iludir. A partir do momento que o pássaro está com o canto aberto, o resultado é bom ou ruim. Rapidamente são exteriorizados os predicados de que o pássaro é dotado, como se pode avaliar a qualidade do trabalho que está sendo desenvolvido. Em curto prazo deparamos-nos com a hora da verdade vejo esta peculiaridade como justificativa para a maioria fugir desta modalidade. Vislumbro com estas minhas afirmações tentar estimular os amigos à reflexão, pois podemos fazer melhor que reproduzir os Sicalis pautados por casualidades”. Ivan de Souza Neto, criador e pesquisador de canários de canto – Campinas – SP.
Muitas vezes e muitos criadores já conseguiram um produto de ponta, isso nada significa como criação ou mesmo como seleção natural (entre quantos caçados???) Conseguir um é Pura Sorte. Loteria. O Objetivo da Criação é termos a maioria significativa do plantel com os mesmo padrões, qualidades e comportamento. Aí se consegue PERIÓDICAMENTE ou REGULARMENTE pássaros de ponta. Esse deve ser o objetivo.
A IMPORTÂNCIA DAS LINHAGENS
A hereditariedade é um fenômeno biológico que permite aos reprodutores passarem para seus descendentes suas boas ou más qualidades.
Já comentamos em outra oportunidade da alta carga (se não total) de heteroze em nossos pássaros. Todos tiveram origem em silvestres incorporados aos nossos viveiros. Vejam isso:
“Ovos cozidos, bem duros, passados em peneira fina” (Constantino Junqueira – 1938 – “Observações práticas sobre a criação de algumas aves indígenas em cativeiro” - Revista Indústria Animal – Vol. 1 – nº 1).
Ao longo dos últimos 30 ou 40 anos, graças ao esforço e iniciativa de passarinheiros estudiosos do comportamento e manejo dos pássaros, a procriação está praticamente dominada, porém a grande maioria dos cruzamentos ainda é feito de forma aleatória sem metas e objetivos pré-definidos, mantendo-se a heterose, ou seja, cruzamento de indivíduos não aparentados.
Darwin sustentou a opinião de que todas as espécies domésticas de galinhas descendiam do Gallus bankiva (espécie originária do sul do Himalaia). A execução de obstinados projetos de seleção, transformou, em não poucos anos, essa galinha selvagem nas diversas linhagens e raças que hoje conhecemos de altas posturas e conversões alimento/peso, ornamentais e de combate.
A consanguinidade tem sido o melhor meio usado para o aperfeiçoamento das raças e a maioria delas nada mais são do que uma seleção esmerada de produtos consanguíneos. A união de reprodutores consanguíneos é praticada quando se procura elevar ao mais alto grau as boas qualidades de determinada raça, linhagem ou indivíduo.
Em geral, a grande massa de aficionados ainda se apega ao empirismo desconhecendo as técnicas de seleção e os avanços dos estudos, dos demais criadores e das pesquisas. Esse desconhecimento gera, de um mesmo casal de reprodutores, a mais variada e heterogênea geração: filhos expoentes ao lado de medíocres. É certo que a utilização de campeões como padreadores do plantel, deve, pelo menos em tese, ir agregando qualidades ao plantel, porem é um erro apegar-se ao princípio de que só nos darão bons produtos os descendentes de indivíduos excepcionais, deixando de lado o valor das linhagens, o que é mais essencial.
Assim, um espetacular campeão, cruzado com uma fêmea de igual qualidade, poderá formar uma geração totalmente heterogênea e sem o menor valor, isto porque suas qualidades podem ter sido herdadas por simples atavismo, sem caracteres fixos das famílias e linhagens às quais pertencem. Muitas vezes esses bons caracteres provem de ancestrais muito distantes, com mínimas probabilidades de perpetuação.
Isso não ocorre só com nossos pássaros. Na criação de cavalos de corrida, com seleção e registros há mais de 300 anos, de ocorrência em muitos países do mundo, sempre com o mesmo objetivo, todos os padreadores são testados e consagrados nas pistas e nem por isso só nascem campeões. Nascem milhares sem a mínima chance de competição. Que o digam os fabricantes de rações para cães.
E para mostrar que não estamos sozinhos quando se trata de competições de avaliações de desempenho de alados, observem que os criadores de pombos enfrentam desafios iguais e apesar de estarem, aparentemente, a nossa frente, uma vez que a columbofilia de competição e universal. Tanto lá, como cá encontramos a mesma situação e dificuldades. Essas aves, conhecidas popularmente pelos leigos como “pombos-correio”, tem competições duríssimas em distâncias superiores a 400 quilômetros. Na avaliação dos filhotes e pombos novos, fazem “treinos” com distâncias de 35 a 45 quilômetros; muitos são os participantes e centenas ou mesmo milhares são soltos em grandes revoadas. Mas vejam uma avaliação de importante selecionador brasileiro:
“Como os criadores inteligentes sabem muito bem, em treinos iniciais, não se pode tirar nenhuma conclusão precipitada, mas como alegria depombo meia-asa dura pouco, alguns tem que vibrar logo porque, depois... só Deus sabe”.
... Estou só no aguardo, já tem muito pombinho meia-asa (meia asa é pombo cruzado com ornamental, pombo mal cruzado, mal alimentado, mal tudo...) chegando de bico aberto e asa baixa; só chegarão à frente se for uma sorte muito grande, que vez ou outra acontece... mas, não esquenta não que alegria de pombo meia-asa dura pouco”.
Para cada escolha existem muitas variáveis e detalhes a serem estudados, analisados e incluídos nos objetivos da criação. Mas, seja qual for a seleção, o item 1 em todas as modalidades é a higidez do pássaro.
Diz o publicitário Julio Ribeiro:
“A apreensão da verdade é o primeiro passo para quem quer entender as coisas. Neste processo é fundamental o interesse; a capacidade de se encantar com o problema. Carlos Bernardo Pecotche, um dos maiores humanistas da nossa época, disse que as coisas guardam um segredo que só se revela para quem tem interesse em conhecê-las”.
Disse em outro texto que um dos fatores de êxito é o Compartilhamento. Agora, acrescento Envolvimento. Lembre-se que nada tem solução se você não estiver: a fim de entender.
Por
Luiz Antonio Taddei
Einstein dizia: “o grande desafio é montar o problema. A partir daí pelo menos mil pessoas podem resolvê-lo”.
Recentemente estabeleceu-se uma discussão sobre o tema título e muito embora tenha nascido especialmente referindo-se aos canários da terra, é abrangente às demais espécies de pássaros nativos canoros que participam de torneios em todo Brasil.
O assunto teve início quando um criador de menos vivência, colocou a questão:
“em sua opinião, quais os prós e os contra em criar canários de fibra e de canto?”
Era uma tomada de posição. Amante das duas modalidades e sendo ainda iniciante, estava indeciso no caminho a seguir; ele só queria obter informações de criadores mais experientes antes de optar pelo caminho a seguir.
“Opção por fibra ou canto: As dificuldades vão ser iguais, com manejos distintos. Aqui vai da predileção de cada um. Erroneamente, assim como acontece com outras espécies, existe uma afirmação de que pássaros considerados descarte para canto podem ir para fibra”. Rogério Fujiura, criador e pesquisador – (São Paulo-SP).
Seja qual for a modalidade ou finalidade da criação: Canto, Fibra, Mutações e sei lá mais o que pode ter de finalidades, TODAS SÃO IGUALMENTE DIFÍCEIS.
Talvez, por pensarem que entre as qualidades naturais de nossos pássaros está a "valentia", acreditem mais fácil selecionar Fibra, puro engano. Tudo é difícil; ainda não temos literatura consistente, ainda estamos todos no início e ainda carecemos de experiências e informações. Mas, também, não tenho dúvidas que sejam quais forem os objetivos, caminhamos para alcançá-los. Já temos um grande contingente de apaixonados que já se convenceu que ou criamos nossos pássaros de torneios e consequentemente campeões ou nossa atividade estará liquidada.
Para os passarinheiros, não existem pássaros melhores que os de sua própria criação. Mas, qual é o divisor de águas??? Como saber e avaliar se estamos alcançando os objetivos propostos???
“Em Fibra, para podermos ter a avaliação correta se o pássaro vai ou não ser de "ponta", temos que aguardar o seu amadurecimento (o canário tornar/virar amarelo), e principalmente testá-lo em rodas. De pouca valia são os testes feitos em "demandas", "poeiras", "badernas", etc.... Podem ser excelentes pássaros quando em confronto com poucos pássaros, com muita fibra, e desapontarem quando expostos na roda”. Rogério Fujiura, criador e pesquisador – (São Paulo-SP).
“Canto: Não dá para se iludir. A partir do momento que o pássaro está com o canto aberto, o resultado é bom ou ruim. Rapidamente são exteriorizados os predicados de que o pássaro é dotado, como se pode avaliar a qualidade do trabalho que está sendo desenvolvido. Em curto prazo deparamos-nos com a hora da verdade vejo esta peculiaridade como justificativa para a maioria fugir desta modalidade. Vislumbro com estas minhas afirmações tentar estimular os amigos à reflexão, pois podemos fazer melhor que reproduzir os Sicalis pautados por casualidades”. Ivan de Souza Neto, criador e pesquisador de canários de canto – Campinas – SP.
Muitas vezes e muitos criadores já conseguiram um produto de ponta, isso nada significa como criação ou mesmo como seleção natural (entre quantos caçados???) Conseguir um é Pura Sorte. Loteria. O Objetivo da Criação é termos a maioria significativa do plantel com os mesmo padrões, qualidades e comportamento. Aí se consegue PERIÓDICAMENTE ou REGULARMENTE pássaros de ponta. Esse deve ser o objetivo.
A IMPORTÂNCIA DAS LINHAGENS
A hereditariedade é um fenômeno biológico que permite aos reprodutores passarem para seus descendentes suas boas ou más qualidades.
Já comentamos em outra oportunidade da alta carga (se não total) de heteroze em nossos pássaros. Todos tiveram origem em silvestres incorporados aos nossos viveiros. Vejam isso:
“Ovos cozidos, bem duros, passados em peneira fina” (Constantino Junqueira – 1938 – “Observações práticas sobre a criação de algumas aves indígenas em cativeiro” - Revista Indústria Animal – Vol. 1 – nº 1).
Ao longo dos últimos 30 ou 40 anos, graças ao esforço e iniciativa de passarinheiros estudiosos do comportamento e manejo dos pássaros, a procriação está praticamente dominada, porém a grande maioria dos cruzamentos ainda é feito de forma aleatória sem metas e objetivos pré-definidos, mantendo-se a heterose, ou seja, cruzamento de indivíduos não aparentados.
Darwin sustentou a opinião de que todas as espécies domésticas de galinhas descendiam do Gallus bankiva (espécie originária do sul do Himalaia). A execução de obstinados projetos de seleção, transformou, em não poucos anos, essa galinha selvagem nas diversas linhagens e raças que hoje conhecemos de altas posturas e conversões alimento/peso, ornamentais e de combate.
A consanguinidade tem sido o melhor meio usado para o aperfeiçoamento das raças e a maioria delas nada mais são do que uma seleção esmerada de produtos consanguíneos. A união de reprodutores consanguíneos é praticada quando se procura elevar ao mais alto grau as boas qualidades de determinada raça, linhagem ou indivíduo.
Em geral, a grande massa de aficionados ainda se apega ao empirismo desconhecendo as técnicas de seleção e os avanços dos estudos, dos demais criadores e das pesquisas. Esse desconhecimento gera, de um mesmo casal de reprodutores, a mais variada e heterogênea geração: filhos expoentes ao lado de medíocres. É certo que a utilização de campeões como padreadores do plantel, deve, pelo menos em tese, ir agregando qualidades ao plantel, porem é um erro apegar-se ao princípio de que só nos darão bons produtos os descendentes de indivíduos excepcionais, deixando de lado o valor das linhagens, o que é mais essencial.
Assim, um espetacular campeão, cruzado com uma fêmea de igual qualidade, poderá formar uma geração totalmente heterogênea e sem o menor valor, isto porque suas qualidades podem ter sido herdadas por simples atavismo, sem caracteres fixos das famílias e linhagens às quais pertencem. Muitas vezes esses bons caracteres provem de ancestrais muito distantes, com mínimas probabilidades de perpetuação.
Isso não ocorre só com nossos pássaros. Na criação de cavalos de corrida, com seleção e registros há mais de 300 anos, de ocorrência em muitos países do mundo, sempre com o mesmo objetivo, todos os padreadores são testados e consagrados nas pistas e nem por isso só nascem campeões. Nascem milhares sem a mínima chance de competição. Que o digam os fabricantes de rações para cães.
E para mostrar que não estamos sozinhos quando se trata de competições de avaliações de desempenho de alados, observem que os criadores de pombos enfrentam desafios iguais e apesar de estarem, aparentemente, a nossa frente, uma vez que a columbofilia de competição e universal. Tanto lá, como cá encontramos a mesma situação e dificuldades. Essas aves, conhecidas popularmente pelos leigos como “pombos-correio”, tem competições duríssimas em distâncias superiores a 400 quilômetros. Na avaliação dos filhotes e pombos novos, fazem “treinos” com distâncias de 35 a 45 quilômetros; muitos são os participantes e centenas ou mesmo milhares são soltos em grandes revoadas. Mas vejam uma avaliação de importante selecionador brasileiro:
“Como os criadores inteligentes sabem muito bem, em treinos iniciais, não se pode tirar nenhuma conclusão precipitada, mas como alegria depombo meia-asa dura pouco, alguns tem que vibrar logo porque, depois... só Deus sabe”.
... Estou só no aguardo, já tem muito pombinho meia-asa (meia asa é pombo cruzado com ornamental, pombo mal cruzado, mal alimentado, mal tudo...) chegando de bico aberto e asa baixa; só chegarão à frente se for uma sorte muito grande, que vez ou outra acontece... mas, não esquenta não que alegria de pombo meia-asa dura pouco”.
Para cada escolha existem muitas variáveis e detalhes a serem estudados, analisados e incluídos nos objetivos da criação. Mas, seja qual for a seleção, o item 1 em todas as modalidades é a higidez do pássaro.
Diz o publicitário Julio Ribeiro:
“A apreensão da verdade é o primeiro passo para quem quer entender as coisas. Neste processo é fundamental o interesse; a capacidade de se encantar com o problema. Carlos Bernardo Pecotche, um dos maiores humanistas da nossa época, disse que as coisas guardam um segredo que só se revela para quem tem interesse em conhecê-las”.
Disse em outro texto que um dos fatores de êxito é o Compartilhamento. Agora, acrescento Envolvimento. Lembre-se que nada tem solução se você não estiver: a fim de entender.
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Re: Canto ou Fibra Qual o mais fácil de selecionar?
Ter 23 Out - 21:59
o coleiro pode tar corrido isso acontece nos combates de rua com coleiros(papa capins) mais caseiros, e que nao tem muita fibra.
ou pode ter ficado intimidado com o outro coleiro mas não correu! um pouco de passeio bom manejo uma alimentaçao adequada fara bem a ele! e nesse perodo que ele nao esta fogoso ainda, procure nao levar ele em torneios!
ou pode ter ficado intimidado com o outro coleiro mas não correu! um pouco de passeio bom manejo uma alimentaçao adequada fara bem a ele! e nesse perodo que ele nao esta fogoso ainda, procure nao levar ele em torneios!
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Re: Canto ou Fibra Qual o mais fácil de selecionar?
Ter 23 Out - 22:26
Pode estar stressado, se preparando para uma muda, sentiu-se intimidado por outro e chegou a esse ponto e etc etc etc... Tem que saber o que realmente ele quer.
Grande abraço
Grande abraço