Coccidiose: Entendendo o Mistério!
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Coccidiose: Entendendo o Mistério!
Qua 22 Jun - 13:45
Relembrando a primeira mensagem :
Coccidiose: Entendendo o Mistério!
Prezados leitores e amigos! Agora que estão todos com suas aves ganhando troféus conforme edição passada me volto a uma questão que nunca havia falado aqui. Eu trago hoje para vocês a verdade sobre a coccidiose.
Aí vocês me perguntam vai ser a mesma historinha dos outros. Eu digo a vocês que vocês serão surpreendidos pela verdade. Então trazendo de forma descontraída e irreverente estaremos hoje abordando a verdade sobre a coccidiose e verminoses.
Vamos separar o nosso bate papo. Vamos começar pelas verminoses. Vou tentar ser simples, ok. Sem muitas palavras difíceis. Uma ave pode ter verme propriamente dito que se dividem em nematóide e trematóides (redondo ou chato). O ciclo evolutivo da maioria dos vermes intestinais das aves necessita de um hospedeiro intermediário no ciclo que será sempre um invertebrado (minhocas).
Vamos separar o nosso bate papo. Vamos começar pelas verminoses. Vou tentar ser simples, ok. Sem muitas palavras difíceis. Uma ave pode ter verme propriamente dito que se dividem em nematóide e trematóides (redondo ou chato). O ciclo evolutivo da maioria dos vermes intestinais das aves necessita de um hospedeiro intermediário no ciclo que será sempre um invertebrado (minhocas).
Então já começamos com a nossa primeira revelação: uma ave de gaiola dificilmente terá verme. Por que isso Dr.?? Por que esses nematóides em quase sua totalidade precisam de um hospedeiro intermediário ou paratêmico para fechar o ciclo. Esses hospedeiros são normalmente minhocas de vida livre. Ora ora.. então você concorda comigo que quem tem verme é ave de terreno (galinha, pavão, etc). Aí vem uma duvida terrível na cabeça de vocês.
E o verme da traquéia que muita gente fala.. eu nunca vi! Isso se dá pelo fato do seu Trinca Ferro não ir ao chão comer hospedeiro intermediário. Mas fulaninho me falou que todo Trinca tem. Enfim.. e como agem esses antiparasitários?! Temos vermífugo que mata verme. as bases são muitas como o mebendazol, albendazol, febendazol e por aí vai.
E o verme da traquéia que muita gente fala.. eu nunca vi! Isso se dá pelo fato do seu Trinca Ferro não ir ao chão comer hospedeiro intermediário. Mas fulaninho me falou que todo Trinca tem. Enfim.. e como agem esses antiparasitários?! Temos vermífugo que mata verme. as bases são muitas como o mebendazol, albendazol, febendazol e por aí vai.
Ora, se eu estou falando que ave de gaiola não tem verme. Porque dar vermífugo?! Enfim, comprovem fazendo exame de fezes em suas aves. Ave não é um cãozinho que toma remédio de verme de tempos em tempos. Vamos ser mais realistas e críticos. Vamos passar para o próximo raciocínio.
Então ave de gaiola não tem nada?!? Claro que tem. Tem Coccídeos! Esses coccídeos são divididos em uma série de espécies. em ordem de importância temos Isospora spp (90%) Eimeria spp (5%) e os outros (5%).. e porque a ave tem mais coccídeos!? Porque são de ciclo direto. A ave elimina o coccídeo nas fezes e este fica na gaiola e em média em 5 dias matura e vira infectante. Daí a ave se contamina de novo.
Perceberam porque a lenda de dizer que a doença está na gaiola existe. É verdade! Mas existem desinfetantes para isso (Amônia Quaternária). O segredo além de combater o protozoário de forma correta esta em desinfetar da mesma forma o ambiente em que sua ave vive.
Como você pode ver são inúmeras espécies de coccídeos e cada um se trata de uma forma. Isospora é de uma forma Eimeria é de outra. Enfim não adianta dar um remédio como preventivo entendeu!? Usar coccidiostático não mata o coccídeo. Você faz apenas uma espécie de encistamento do coccídeo (bradizoíta). Se o animal passar por um stress os coccídeos voltam a uma fase de taquizoíta e causa doença de novo. Não to dizendo que não uso. Até uso, mas depende da clínica do animal, pois esses remédios agem de forma mais rápida e evita muitas vezes a morte do animal.
Por isso você deve fazer exame de fezes para determinar qual o coccídeo e o grau de infecção. Com isso você vai saber qual medicamento utilizar de forma adequada e debelar a infecção no seu plantel ou na sua ave. Logicamente existem outras medidas principalmente higiênicas para acabar com a infecção, além de quarentena de animais novos e tal. Vai ter muita gente falando que besteira. baboseira e tal.. mas é verdade.
Só que é mais fácil dar algum preventivo e rezar do que fazer exame de fezes.
O assunto é longo.. mas o tempo é curto. Despeço-me por aqui e depois desse tema bombástico espero estar de volta na próxima edição. Como não poderia faltar deixo o pensamento do dia: ´´ O fracasso é um excelente oportunidade para o sucesso´´.
Então ave de gaiola não tem nada?!? Claro que tem. Tem Coccídeos! Esses coccídeos são divididos em uma série de espécies. em ordem de importância temos Isospora spp (90%) Eimeria spp (5%) e os outros (5%).. e porque a ave tem mais coccídeos!? Porque são de ciclo direto. A ave elimina o coccídeo nas fezes e este fica na gaiola e em média em 5 dias matura e vira infectante. Daí a ave se contamina de novo.
Perceberam porque a lenda de dizer que a doença está na gaiola existe. É verdade! Mas existem desinfetantes para isso (Amônia Quaternária). O segredo além de combater o protozoário de forma correta esta em desinfetar da mesma forma o ambiente em que sua ave vive.
Como você pode ver são inúmeras espécies de coccídeos e cada um se trata de uma forma. Isospora é de uma forma Eimeria é de outra. Enfim não adianta dar um remédio como preventivo entendeu!? Usar coccidiostático não mata o coccídeo. Você faz apenas uma espécie de encistamento do coccídeo (bradizoíta). Se o animal passar por um stress os coccídeos voltam a uma fase de taquizoíta e causa doença de novo. Não to dizendo que não uso. Até uso, mas depende da clínica do animal, pois esses remédios agem de forma mais rápida e evita muitas vezes a morte do animal.
Por isso você deve fazer exame de fezes para determinar qual o coccídeo e o grau de infecção. Com isso você vai saber qual medicamento utilizar de forma adequada e debelar a infecção no seu plantel ou na sua ave. Logicamente existem outras medidas principalmente higiênicas para acabar com a infecção, além de quarentena de animais novos e tal. Vai ter muita gente falando que besteira. baboseira e tal.. mas é verdade.
Só que é mais fácil dar algum preventivo e rezar do que fazer exame de fezes.
O assunto é longo.. mas o tempo é curto. Despeço-me por aqui e depois desse tema bombástico espero estar de volta na próxima edição. Como não poderia faltar deixo o pensamento do dia: ´´ O fracasso é um excelente oportunidade para o sucesso´´.
Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Criar é uma arte e devemos fazer da melhor maneira possível
www.youtube.com/watch?v=unQdKVsuzH0
https://www.youtube.com/watch?v=u862WF1gRYs
https://www.youtube.com/watch?v=JBrdIXBYpDc
https://www.youtube.com/watch?v=Ldi70DuwX3E&feature=em-upload_owner
Re: Coccidiose: Entendendo o Mistério!
Qui 21 Jul - 20:52
O artigo é de minha autoria publicado na Revista Passaros ao qual sou colunista a 3 anos. Como o mesmo é meu eu autorizo a publicação. O artigo é feito para o publico em geral e nao um artigo tecnico cientifico com alto teor tecnico. Entao vamos as replicas com um nivel mais elevado..minhas respostas em italico.
- Existem muitos tipos de hospedeiro, e não apenas a “minhoca”; realmente existem outros hospedeiros intermediarios ou ainda paratêmicos como a maioria dos invertebrados de vida livre.
- Existem muitos tipos de aves de gaiola, e pasme-se que algumas consomem alimento vivo, e este pode ser hospedeiro de vermes; realmente se este estiver contato com fezes sabidamente positivas podem albergar parasitos.
- Existe um factor que é podemos introduzir no plantel aves que já vêm infetadas com verme, e por isso é necessário vermifugar convenientemente; nao concordo uma vez que se voce fizer quarentena da sua ave; voce incluira um exame parasitologico de fezes e descobrira a real necessidade disso.
- mesmo não introduzindo novas aves, e sobretudo se as gaiolas tiverem acesso ao exterior, é possível o contacto das aves com outras aves da natureza ou mesmo com outros hospedeiros dos vermes em causa. O contagio ave/ave só ocorrera para coccideos e estes ainda devem passar por um periodo de amadurecimento para se tornarem infectantes, vermes jamais ocorrera assim pelo ciclo ser indireto.
Quanto à coccidiose, concordo que não há tratamentos preventivos. No entanto, há que não esquecer que muitas aves ( e em particular alguns fringilideos) são muito susceptíveis à coccidiose, e não é raro serem portadores desta sem que se manifeste ou as afete. Daqui temos dois problemas: Ser portador assintomatico nao quer dizer que nao ocorrera eliminação nas fezes e com o exame de fezes voce diagnostica precocemente e o trata corretamente.
- A ave não revela coccidiose porque está ‘encharcadas’ nesses “preventivos”, e como em nossa casa não continuamos com esses ‘tratamentos’ a coccidiose reaparece e a ave fica debilitada e morre; só morre se as medidas higienicos-sanitarias de quarentena e exames nao for cumprida diagnosticando a doença. Mas o uso continuo de coccidiostaticos pode sim dificultar o diagnostico; daí entra uma forma de coleta adequada..
- A ave não revela coccidiose a mantém-na ‘adormecisa’, mas é portadora da doença e as suas feses vão contagiar outras aves sãs que adoecem e morrem; isso nao ocorre. Se a ave elimina o agente ela revela no exame a coccidiose.
-Daí que o meu conselho seja:
- apenas se adquirir aves a quem não faz este tipo de tratamento ‘preventivo’, pois serão certamente aves mais fortes e mais resistentes à doença; conceito errado que a industria farmaceutica veterinaria impregna na cabeça dos criadores. Comprem aves e locais que façam os exames de fezes.
- manter as gaiolas limpas e com boa higiene; produtos a base de amonia quaternaria podem ser utilizados com o intuito de matar o protozoario na mesma.
- Fazer prevenção sim, mas á base de elementos naturais, como sejam pré-bióticos e próbióticos, sementes que reforcem a imunidade e outras coisas que na natureza ajudam as aves a ficar livres destes problemas ou pelo menos com eles controlados; concordo que auxilia a manter a imunidade numa boa e tal.. mas o controle pra mim é um conceita errado de quem usa coccidiostatico. voce deve erradicar o problema.
- Separar e fazer quarentena de aves adquiridas para o plantel, até ter certeza que estão com saúde; que voce só descobrira fazendo exames.. ou voce introduz uma ave sem saber se esta com salmonelose, micoplasmose, clamidiose...
- Se mesmo assim alguma ave adoecer, separar imediatamente das demais, e aí sim fazer tratamento CURATIVO á ave afectada e por prevenção a todas as aves que estiveram em contato com ela. Nesta matéria, e sempre que possível, confirmar por análises às feses, ou por autópsia (se a ave morrer), que se trata mesmo de coccidiose. Mas para tratar de forma curativa voce precisa saber qual o coccideo que se trata.
Abraços,
Dr Felipe Bath
- Existem muitos tipos de hospedeiro, e não apenas a “minhoca”; realmente existem outros hospedeiros intermediarios ou ainda paratêmicos como a maioria dos invertebrados de vida livre.
- Existem muitos tipos de aves de gaiola, e pasme-se que algumas consomem alimento vivo, e este pode ser hospedeiro de vermes; realmente se este estiver contato com fezes sabidamente positivas podem albergar parasitos.
- Existe um factor que é podemos introduzir no plantel aves que já vêm infetadas com verme, e por isso é necessário vermifugar convenientemente; nao concordo uma vez que se voce fizer quarentena da sua ave; voce incluira um exame parasitologico de fezes e descobrira a real necessidade disso.
- mesmo não introduzindo novas aves, e sobretudo se as gaiolas tiverem acesso ao exterior, é possível o contacto das aves com outras aves da natureza ou mesmo com outros hospedeiros dos vermes em causa. O contagio ave/ave só ocorrera para coccideos e estes ainda devem passar por um periodo de amadurecimento para se tornarem infectantes, vermes jamais ocorrera assim pelo ciclo ser indireto.
Quanto à coccidiose, concordo que não há tratamentos preventivos. No entanto, há que não esquecer que muitas aves ( e em particular alguns fringilideos) são muito susceptíveis à coccidiose, e não é raro serem portadores desta sem que se manifeste ou as afete. Daqui temos dois problemas: Ser portador assintomatico nao quer dizer que nao ocorrera eliminação nas fezes e com o exame de fezes voce diagnostica precocemente e o trata corretamente.
- A ave não revela coccidiose porque está ‘encharcadas’ nesses “preventivos”, e como em nossa casa não continuamos com esses ‘tratamentos’ a coccidiose reaparece e a ave fica debilitada e morre; só morre se as medidas higienicos-sanitarias de quarentena e exames nao for cumprida diagnosticando a doença. Mas o uso continuo de coccidiostaticos pode sim dificultar o diagnostico; daí entra uma forma de coleta adequada..
- A ave não revela coccidiose a mantém-na ‘adormecisa’, mas é portadora da doença e as suas feses vão contagiar outras aves sãs que adoecem e morrem; isso nao ocorre. Se a ave elimina o agente ela revela no exame a coccidiose.
-Daí que o meu conselho seja:
- apenas se adquirir aves a quem não faz este tipo de tratamento ‘preventivo’, pois serão certamente aves mais fortes e mais resistentes à doença; conceito errado que a industria farmaceutica veterinaria impregna na cabeça dos criadores. Comprem aves e locais que façam os exames de fezes.
- manter as gaiolas limpas e com boa higiene; produtos a base de amonia quaternaria podem ser utilizados com o intuito de matar o protozoario na mesma.
- Fazer prevenção sim, mas á base de elementos naturais, como sejam pré-bióticos e próbióticos, sementes que reforcem a imunidade e outras coisas que na natureza ajudam as aves a ficar livres destes problemas ou pelo menos com eles controlados; concordo que auxilia a manter a imunidade numa boa e tal.. mas o controle pra mim é um conceita errado de quem usa coccidiostatico. voce deve erradicar o problema.
- Separar e fazer quarentena de aves adquiridas para o plantel, até ter certeza que estão com saúde; que voce só descobrira fazendo exames.. ou voce introduz uma ave sem saber se esta com salmonelose, micoplasmose, clamidiose...
- Se mesmo assim alguma ave adoecer, separar imediatamente das demais, e aí sim fazer tratamento CURATIVO á ave afectada e por prevenção a todas as aves que estiveram em contato com ela. Nesta matéria, e sempre que possível, confirmar por análises às feses, ou por autópsia (se a ave morrer), que se trata mesmo de coccidiose. Mas para tratar de forma curativa voce precisa saber qual o coccideo que se trata.
Abraços,
Dr Felipe Bath
Re: Coccidiose: Entendendo o Mistério!
Sex 22 Jul - 7:45
Caro Filipe,
Chamei à atenção para a questão dos direitos de autoria, porque quem publicou o artigo não foi quem o assina. Se foi o Filipe que escreveu o artigo e se autoriza a publicação livre, acho otimo e está tudo bem
Relativamente á Replica, permita-me também tecer alguns comentários, uma vez que me parece que algumas coisas que eu escrevi não ficaram muito claras.
- Existem muitos tipos de hospedeiro, e não apenas a “minhoca”;
Filipe: realmente existem outros hospedeiros intermediarios ou ainda paratêmicos como a maioria dos invertebrados de vida livre.
Paulo: Estamos portanto de acordo
- Existem muitos tipos de aves de gaiola, e pasme-se que algumas consomem alimento vivo, e este pode ser hospedeiro de vermes;
Filipe: realmente se este estiver contato com fezes sabidamente positivas podem albergar parasitos.
Paulo : Eu tenho aves insetívoras, e não só, às quais dou alimento vivo, designadamente tenebrio molitor, buffalo, larva de cera, asticot, minhoca, mosca da fruta, etc, pelo que não posso infelizmente garantir que nenhum deste alimento contém parasitas. Quis portanto chamar à atenção que as coisas não são assim tão lineares quando se diz que as aves em gaiola não contatam com os hospedeiros.
- Existe um factor que é podemos introduzir no plantel aves que já vêm infetadas com verme, e por isso é necessário vermifugar convenientemente;
Filipe: nao concordo uma vez que se voce fizer quarentena da sua ave; voce incluira um exame parasitologico de fezes e descobrira a real necessidade disso.
Paulo : Concordo que o ideal é realizar um exame parasitológico, mas temos de ter em conta que muitos criadores e detentores de aves não tem acesso a este tipo de exame. Muitos são meramente amadores, e têm algumas aves que tratam da melhor forma que sabem, mas nunca fizerem e nem fazem ideia como fazer um exame parasitológico. A quarentena é indispensável e ajuda a verificar se a ave demonstra algum sintoma de enfermidade e evita que contagie as restantes aves. Mas não havendo possibilidade de fazer exames parasitológicos, penso eu que não advirá nenhum mal para a própria ave que esta seja vermifugada quando chega ao nosso plantel para garantir que não tem mesmo parasita. Se me disser que vermifugar causa algum mal grave à ave, eu concordarei que o melhor é não fazer.
- mesmo não introduzindo novas aves, e sobretudo se as gaiolas tiverem acesso ao exterior, é possível o contacto das aves com outras aves da natureza ou mesmo com outros hospedeiros dos vermes em causa.
Filipe: O contagio ave/ave só ocorrera para coccideos e estes ainda devem passar por um periodo de amadurecimento para se tornarem infectantes, vermes jamais ocorrera assim pelo ciclo ser indireto.
Paulo : Como decerto o amigo sabe, existem gaiolas de exterior na qual inclusivamente, devido às diferentes tamanhos de aves, a malha de rede permite a entrada de aves mais pequenas dentro das gaiolas. Eu tenho uma gaiola de Pombo, onde os Pardais entram e saem livremente, por exemplo. Daí que, os mais diversos contágios sejam possíveis. Não direi de parasitas, embora a coprofagia possa existir da parte de algumas aves, mas decerto de coccideoes, salmonelas e outras doenças mais.
Quanto à coccidiose, concordo que não há tratamentos preventivos. No entanto, há que não esquecer que muitas aves ( e em particular alguns fringilideos) são muito susceptíveis à coccidiose, e não é raro serem portadores desta sem que se manifeste ou as afete. Daqui temos dois problemas:
Filipe :Ser portador assintomatico nao quer dizer que nao ocorrera eliminação nas fezes e com o exame de fezes voce diagnostica precocemente e o trata corretamente.
Paulo : Mais uma vez voltamos aqui á questão do que é, infelizmente, a realidade da maioria dos detentores de aves, e que é o facto de poucos fazerem ou sequer terem acesso a exame de fezes. Seria otimo de pudéssemos fazer estes exames sempre, mas não é essa a realidade para a grande maioria.
- A ave não revela coccidiose porque está ‘encharcadas’ nesses “preventivos”, e como em nossa casa não continuamos com esses ‘tratamentos’ a coccidiose reaparece e a ave fica debilitada e morre;
Filipe: só morre se as medidas higienicos-sanitarias de quarentena e exames nao for cumprida diagnosticando a doença. Mas o uso continuo de coccidiostaticos pode sim dificultar o diagnostico; daí entra uma forma de coleta adequada..
Paulo : Aqui penso que não me fiz entender. O que eu pretendia dizer é que isto é algo errado de se fazer, precisamente porque dificulta diagnósticos e esconde a doença, estando quem compra estas aves de criadores que as “enchem” de cociodiostáticos a ser ao fim e ao cabo ‘enganado’.
- A ave não revela coccidiose a mantém-na ‘adormecisa’, mas é portadora da doença e as suas feses vão contagiar outras aves sãs que adoecem e morrem;
Filipe: isso nao ocorre. Se a ave elimina o agente ela revela no exame a coccidiose.
Paulo Lá está, revela mas só se fizer exame. Quantas pessoas que compram aves as sujeitam a esse exame?! Pouquissimas, daí, não há que arriscar.
-Daí que o meu conselho seja:
- apenas se adquirir aves a quem não faz este tipo de tratamento ‘preventivo’, pois serão certamente aves mais fortes e mais resistentes à doença;
Filipe: conceito errado que a industria farmaceutica veterinaria impregna na cabeça dos criadores. Comprem aves e locais que façam os exames de fezes.
Paulo : Não sei se reparou que eu disse que NÂO SE DEVE adquirir aves a quem faz tratamentos ‘preventivos’, pelos motivos que acima expus de ‘esconder’ eventuais doenças.
Não sei qual a realidade no Brasil, mas se vier cá a Portugal e quiser comprar aves apenas a quem faz exames de fezes, acho que vai ser muito difícil achar as aves que quer comprar. Eu faço ocasionalmente exames de fezes ao meu plantel, mas eu sou na opinião de muitos por cá, um maluco que gasto dinheiro à toa
- manter as gaiolas limpas e com boa higiene;
Filipe: produtos a base de amonia quaternaria podem ser utilizados com o intuito de matar o protozoario na mesma.
Paulo : Estamos de acordo.
- Fazer prevenção sim, mas á base de elementos naturais, como sejam pré-bióticos e próbióticos, sementes que reforcem a imunidade e outras coisas que na natureza ajudam as aves a ficar livres destes problemas ou pelo menos com eles controlados;
Filipe: concordo que auxilia a manter a imunidade numa boa e tal.. mas o controle pra mim é um conceita errado de quem usa coccidiostatico. voce deve erradicar o problema.
Paulo : Não sei se é possível erradicar o problema, sobretudo em algumas espécie de fringilideos. A Coccidiose é algo presente em quase todas as aves de determinadas espécies, mesmo as capturadas na natureza, pelo que parece que em aves saudáveis o convívio com os coccideos é normal. Só mesmo em situações de stress, fraca imunidade ou saúde debilitada ele se revela e torna um problema. Daí que algumas vezes se fale em “controlar”, embora o desejo inerente seja erradicar.
- Separar e fazer quarentena de aves adquiridas para o plantel, até ter certeza que estão com saúde;
Filipe: que voce só descobrira fazendo exames.. ou voce introduz uma ave sem saber se esta com salmonelose, micoplasmose, clamidiose...
Paulo : Voltamos ao que eu disse acima, é muito dificil adquirir aves a criadores que fazem despiste destas doenças, pelo menos por cá.
- Se mesmo assim alguma ave adoecer, separar imediatamente das demais, e aí sim fazer tratamento CURATIVO á ave afectada e por prevenção a todas as aves que estiveram em contato com ela. Nesta matéria, e sempre que possível, confirmar por análises às feses, ou por autópsia (se a ave morrer), que se trata mesmo de coccidiose.
Filipe : Mas para tratar de forma curativa voce precisa saber qual o coccideo que se trata.
Paulo : Sim, é certo, mas não sabendo, como acontece infelizmente com a maioria das pessoas que tem e adquire aves, o que sugere que se faça? É que aqui estamos a escrever para ‘amadores’ e a maioria deles não tem acesso ou possibilidade de fazer estes exames.
Abraços
Paulo C.
Chamei à atenção para a questão dos direitos de autoria, porque quem publicou o artigo não foi quem o assina. Se foi o Filipe que escreveu o artigo e se autoriza a publicação livre, acho otimo e está tudo bem
Relativamente á Replica, permita-me também tecer alguns comentários, uma vez que me parece que algumas coisas que eu escrevi não ficaram muito claras.
- Existem muitos tipos de hospedeiro, e não apenas a “minhoca”;
Filipe: realmente existem outros hospedeiros intermediarios ou ainda paratêmicos como a maioria dos invertebrados de vida livre.
Paulo: Estamos portanto de acordo
- Existem muitos tipos de aves de gaiola, e pasme-se que algumas consomem alimento vivo, e este pode ser hospedeiro de vermes;
Filipe: realmente se este estiver contato com fezes sabidamente positivas podem albergar parasitos.
Paulo : Eu tenho aves insetívoras, e não só, às quais dou alimento vivo, designadamente tenebrio molitor, buffalo, larva de cera, asticot, minhoca, mosca da fruta, etc, pelo que não posso infelizmente garantir que nenhum deste alimento contém parasitas. Quis portanto chamar à atenção que as coisas não são assim tão lineares quando se diz que as aves em gaiola não contatam com os hospedeiros.
- Existe um factor que é podemos introduzir no plantel aves que já vêm infetadas com verme, e por isso é necessário vermifugar convenientemente;
Filipe: nao concordo uma vez que se voce fizer quarentena da sua ave; voce incluira um exame parasitologico de fezes e descobrira a real necessidade disso.
Paulo : Concordo que o ideal é realizar um exame parasitológico, mas temos de ter em conta que muitos criadores e detentores de aves não tem acesso a este tipo de exame. Muitos são meramente amadores, e têm algumas aves que tratam da melhor forma que sabem, mas nunca fizerem e nem fazem ideia como fazer um exame parasitológico. A quarentena é indispensável e ajuda a verificar se a ave demonstra algum sintoma de enfermidade e evita que contagie as restantes aves. Mas não havendo possibilidade de fazer exames parasitológicos, penso eu que não advirá nenhum mal para a própria ave que esta seja vermifugada quando chega ao nosso plantel para garantir que não tem mesmo parasita. Se me disser que vermifugar causa algum mal grave à ave, eu concordarei que o melhor é não fazer.
- mesmo não introduzindo novas aves, e sobretudo se as gaiolas tiverem acesso ao exterior, é possível o contacto das aves com outras aves da natureza ou mesmo com outros hospedeiros dos vermes em causa.
Filipe: O contagio ave/ave só ocorrera para coccideos e estes ainda devem passar por um periodo de amadurecimento para se tornarem infectantes, vermes jamais ocorrera assim pelo ciclo ser indireto.
Paulo : Como decerto o amigo sabe, existem gaiolas de exterior na qual inclusivamente, devido às diferentes tamanhos de aves, a malha de rede permite a entrada de aves mais pequenas dentro das gaiolas. Eu tenho uma gaiola de Pombo, onde os Pardais entram e saem livremente, por exemplo. Daí que, os mais diversos contágios sejam possíveis. Não direi de parasitas, embora a coprofagia possa existir da parte de algumas aves, mas decerto de coccideoes, salmonelas e outras doenças mais.
Quanto à coccidiose, concordo que não há tratamentos preventivos. No entanto, há que não esquecer que muitas aves ( e em particular alguns fringilideos) são muito susceptíveis à coccidiose, e não é raro serem portadores desta sem que se manifeste ou as afete. Daqui temos dois problemas:
Filipe :Ser portador assintomatico nao quer dizer que nao ocorrera eliminação nas fezes e com o exame de fezes voce diagnostica precocemente e o trata corretamente.
Paulo : Mais uma vez voltamos aqui á questão do que é, infelizmente, a realidade da maioria dos detentores de aves, e que é o facto de poucos fazerem ou sequer terem acesso a exame de fezes. Seria otimo de pudéssemos fazer estes exames sempre, mas não é essa a realidade para a grande maioria.
- A ave não revela coccidiose porque está ‘encharcadas’ nesses “preventivos”, e como em nossa casa não continuamos com esses ‘tratamentos’ a coccidiose reaparece e a ave fica debilitada e morre;
Filipe: só morre se as medidas higienicos-sanitarias de quarentena e exames nao for cumprida diagnosticando a doença. Mas o uso continuo de coccidiostaticos pode sim dificultar o diagnostico; daí entra uma forma de coleta adequada..
Paulo : Aqui penso que não me fiz entender. O que eu pretendia dizer é que isto é algo errado de se fazer, precisamente porque dificulta diagnósticos e esconde a doença, estando quem compra estas aves de criadores que as “enchem” de cociodiostáticos a ser ao fim e ao cabo ‘enganado’.
- A ave não revela coccidiose a mantém-na ‘adormecisa’, mas é portadora da doença e as suas feses vão contagiar outras aves sãs que adoecem e morrem;
Filipe: isso nao ocorre. Se a ave elimina o agente ela revela no exame a coccidiose.
Paulo Lá está, revela mas só se fizer exame. Quantas pessoas que compram aves as sujeitam a esse exame?! Pouquissimas, daí, não há que arriscar.
-Daí que o meu conselho seja:
- apenas se adquirir aves a quem não faz este tipo de tratamento ‘preventivo’, pois serão certamente aves mais fortes e mais resistentes à doença;
Filipe: conceito errado que a industria farmaceutica veterinaria impregna na cabeça dos criadores. Comprem aves e locais que façam os exames de fezes.
Paulo : Não sei se reparou que eu disse que NÂO SE DEVE adquirir aves a quem faz tratamentos ‘preventivos’, pelos motivos que acima expus de ‘esconder’ eventuais doenças.
Não sei qual a realidade no Brasil, mas se vier cá a Portugal e quiser comprar aves apenas a quem faz exames de fezes, acho que vai ser muito difícil achar as aves que quer comprar. Eu faço ocasionalmente exames de fezes ao meu plantel, mas eu sou na opinião de muitos por cá, um maluco que gasto dinheiro à toa
- manter as gaiolas limpas e com boa higiene;
Filipe: produtos a base de amonia quaternaria podem ser utilizados com o intuito de matar o protozoario na mesma.
Paulo : Estamos de acordo.
- Fazer prevenção sim, mas á base de elementos naturais, como sejam pré-bióticos e próbióticos, sementes que reforcem a imunidade e outras coisas que na natureza ajudam as aves a ficar livres destes problemas ou pelo menos com eles controlados;
Filipe: concordo que auxilia a manter a imunidade numa boa e tal.. mas o controle pra mim é um conceita errado de quem usa coccidiostatico. voce deve erradicar o problema.
Paulo : Não sei se é possível erradicar o problema, sobretudo em algumas espécie de fringilideos. A Coccidiose é algo presente em quase todas as aves de determinadas espécies, mesmo as capturadas na natureza, pelo que parece que em aves saudáveis o convívio com os coccideos é normal. Só mesmo em situações de stress, fraca imunidade ou saúde debilitada ele se revela e torna um problema. Daí que algumas vezes se fale em “controlar”, embora o desejo inerente seja erradicar.
- Separar e fazer quarentena de aves adquiridas para o plantel, até ter certeza que estão com saúde;
Filipe: que voce só descobrira fazendo exames.. ou voce introduz uma ave sem saber se esta com salmonelose, micoplasmose, clamidiose...
Paulo : Voltamos ao que eu disse acima, é muito dificil adquirir aves a criadores que fazem despiste destas doenças, pelo menos por cá.
- Se mesmo assim alguma ave adoecer, separar imediatamente das demais, e aí sim fazer tratamento CURATIVO á ave afectada e por prevenção a todas as aves que estiveram em contato com ela. Nesta matéria, e sempre que possível, confirmar por análises às feses, ou por autópsia (se a ave morrer), que se trata mesmo de coccidiose.
Filipe : Mas para tratar de forma curativa voce precisa saber qual o coccideo que se trata.
Paulo : Sim, é certo, mas não sabendo, como acontece infelizmente com a maioria das pessoas que tem e adquire aves, o que sugere que se faça? É que aqui estamos a escrever para ‘amadores’ e a maioria deles não tem acesso ou possibilidade de fazer estes exames.
Abraços
Paulo C.
Um Abraço desde Portugal
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Re: Coccidiose: Entendendo o Mistério!
Qui 28 Jul - 10:35
Gente,
Retomando o tópico, poderíamos falar sobre os ácaros de traquéia, pelo menos em canários esse é um grande problema.
Dr. Felipe, Paulo, por favor, exponham suas opiniões.
Abraços e parabéns pelo alto nível da discussão.
Retomando o tópico, poderíamos falar sobre os ácaros de traquéia, pelo menos em canários esse é um grande problema.
Dr. Felipe, Paulo, por favor, exponham suas opiniões.
Abraços e parabéns pelo alto nível da discussão.
É tão difícil assim escrever corretamente??!!