Aperfeiçoamento da raça
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Aperfeiçoamento da raça Empty Aperfeiçoamento da raça

Sex 29 Ago - 12:06
Boa tarde Criadores.
Diante de alguns debates dentro dos tópicos, quero levantar aqui uma questão sobre os beneficios e os maleficios do cruzamento entre pais, filhos e netos para firmar caracteristicas de porte, cor e canto dos alados. Sabemos que muitos são contra e muitos são a favor de aprimoramento das raças pela genetica.Conte-nos sua experiencia sobre o assunto.


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Aperfeiçoamento da raça Empty Re: Aperfeiçoamento da raça

Sáb 30 Ago - 15:09
boa essa pergunta Sr, Bartolomeu






movi o seu topico para a area dos canarios 
pois a pergunta esta relacionada a canarios 
e ali vai ter mais acessos e respostas .
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Aperfeiçoamento da raça Empty Re: Aperfeiçoamento da raça

Sáb 30 Ago - 16:01
boa tarde

boa pergunta sr. Bartolomeu.
por falta de pesquisa e leitura é o que causa o maior numero de problemas em qualquer tipo de reprodução, as pessoas adquirem um canario e os põe a chocar e ja se acham conhecedoras da espécie e começam a ditar as outras coisas sem nenhum critério lógico.
todas as espécies dominadas pelo homem são produtos de apurado valor por terem sido selecionados e cruzados de forma ao melhoramento genetico, caso do gado zebuino hoje muito superior que os de 40 anos atras.
ler um artigo do italiano Georgio di Besaggio por que não temos referencias aqui no brasil, revista  Atualidades Ornitológicas.


 
Em todas as espécies de animais criadas as numerosas experiências e o moderno conhecimento da genética e da zootecnia indicam o meio de reprodução consangüíneo como a melhor metodologia para selecionar uma linhagem de valor, em condições de produzir sujeitos de alta qualidade. Entretanto a grande maioria dos criadores é prejudicada considerando a consangüinidade como causa direta dos tantos distúrbios que possam se manifestar no criadouro (compreendendo taras hereditárias, infertilidade, debilidades, pequeno tamanho etc.). Isto é verdade quando se aplica a consangüinidade de modo empírico, sem seguir um correto programa plurianual e sem aplicar uma cuidadosa seleção. Argumentos estes explicados com detalhes no meu livro "Campioni e Razzatori" ("Campeões e Raçadores").
De fato, aplicando o método de reprodução consangüínea em animais nascidos do exocruzamento (ou seja de genitores com patrimônio heterozigótico, não selecionados para determinados caracteres) podem nascer também sujeitos tarados ou de vários modos defeituosos; mas nascem também sujeitos sãos, vigorosos e férteis. O criador, aplicando um "programa de corretos acasalamentos consangüíneos" (adotando um entre os tantos apresentados e detalhadamente descritos no meu tratado "Campioni e Razzatori"), escolhe como raçadores somente os sujeitos sãos e vigorosos e de belo aspecto entre aqueles nascidos de união consangüínea. Agindo assim, por alguns anos, pouco a pouco taras e defeitos vão se distanciando e se constitui "linhagem pura" para os caracteres selecionados, e se forma uma "linhagem consangüínea" compreendendo indivíduos entre si muito semelhantes, padronizados, evidenciando os caracteres valorizados que podem tais quais transmitir para descendência. O autor, baseado em experiências diretas com as aves há muitos anos, chegou à conclusão que "a consangüinidade não é nada mais que um meio para se fazer evidenciar os caracteres – positivos e negativos – na posse de um determinado patrimônio hereditário de um indivíduo e isto é um fato positivo que permite se selecionar os indivíduos melhores dos piores". Outro conceito: "se não existem taras hereditárias num patrimônio genético esse, notado porque ausente, não podem aparecer mediante os acasalamentos consangüíneos". Entre muitos exemplos, baseadas em minhas experiências e nas de meus colaboradores, conduzidas por muitos anos, cito a seguinte: Galinha Bantam: em 1 ano de acasalamentos em consangüinidade estreita (pai ou mãe x filhos ou irmãos x irmãs) sujeitos derivados de um macho e quatro frangas – entre si consangüíneos – nasceram mais de uma centena de aves, ainda hoje todos sãos, vigorosos e muito férteis (fecundidade média dos ovos de 90% em 14 anos). Muitos outros exemplos confirmam o fato que "se um grupo de animais consangüíneos está isento de taras hereditárias, de genes letais ou sub-letais, é rigorosamente selecionado e se a alimentação e o ambiente são idôneos, a consangüinidade, em linhas gerais, não provoca enfraquecimento ou efeitos desastrosos". Uma consideração: no campo zootécnico são famosos os considerados "Raçadores" (ex. touros, garanhões, galos, carneiros etc.), ou seja, machos de valor genético obtidos depois de anos de acurados acasalamentos em consangüinidade estreita e rigorosa seleção; trata-se de fundadores de alto valor, sãos e férteis, em grau de produzir descendentes de grande qualidade. Estes, entre outros, são todos "dados de fatos" confirmados pelo exposto acima.
Nos canários, nos periquitos ondulados, nos diamantes mandarins e em muitas outras espécies de aves, há mais de um século os ingleses aplicam, com evidentes sucessos, a consangüinidade dando origem às suas famosas "linhagens de alto valor genético"; há algumas dezenas de anos o aplicam em muitas espécies indígenas, das quais foram obtidas linhagens consangüíneas de elevada qualidade (sobretudo verdilhão, pintassilgo, dom-fafe, cruza-bico). Nas exposições inglesas tenho observado verdilhões e dom-fafes de grande tamanho, que manifestavam sua potência e venciam repetidamente os concursos.
A escolha dos raçadores
No livro "Campioni e Razzatori" são descritos todos os vários métodos de reprodução, a seleção genética, a hereditariedade e tantas outras indispensáveis noções úteis para criar com sucesso qualquer espécie e raça de ave.
O criador poderá, assim, conhecer a fundo todos os argumentos referentes a escolha dos raçadores e as técnicas seletivas para poder "dar vida" a uma "linhagem de alto valor genealógico" e com a constante produção, ano após ano, de "sujeitos de valor" em grau de transmitir a sua qualidade aos filhos.
Deve-se começar a criação escolhendo um dos dois seguintes programas de base:
A – Aplicação de um dos vários métodos de consangüinidade, com acurada seleção genética e, somente se necessário, efetuar o exo-cruzamento (introdução de "sangue novo").
B – Ou adotar o exo-cruzamento (aves provenientes de diversos criadouros) seguindo as relativas regras descritas no supra-mencionado livro.
Aplicando-se os métodos do ponto A é possível constituir-se uma linhagem de alta genealogia, com a produção de aves homogêneas e de ótima qualidade. Ao contrário, se o criador escolhe o exo-cruzamento , poderá dar vida a aves de todos os tipos: belas, feias, sãs, doentes, pequenas, médias, grandes, férteis, pouco férteis, estéreis, fracas, robustas e com grande variedade de tamanhos, de plumagens. Obtém-se de quando em quando algum belo sujeito porém não poderá transmitir aos seus filhos essas características de beleza, já que ele é heterozigoto (ou seja, impuro). As taras hereditárias que geralmente são recessivas, são cobertas pelos genes da saúde e, assim, essas não aparecem com freqüência ficando latentes no patrimônio hereditário. Porém adquirindo com freqüência (alguns fazem todos os anos) novas aves provenientes de diferentes criadouros (pior se nesses é utilizado o exo-cruzamento) o criador causa um acúmulo de vantagens e de defeitos e, como os defeitos se difundem no criadouro muito mais rapidamente que as virtudes, esses prevalecerão sobre qualidade com a conseqüente produção de um elevado número de aves para descarte, de pouco ou nenhum valor.
Na prática, aplicando somente o exo-cruzamento se trabalha no vazio, já que não é possível se controlar o patrimônio hereditário e, depois de um certo número de anos de "somente exo-cruzamento", o criador constatará que crescerá o número de sujeitos defeituosos e "também de sujeitos fracos, pouco férteis e doentios". Então o criador desprovido do conhecimento das leis da hereditariedade e dos corretos critérios seletivos, pode ficar surpreso e perguntar-se: "Mas como, sempre ouvi dizer que se acasalando os sujeitos entre si não consangüíneos se incremente a robustez, a saúde e a fertilidade; todavia nascem também sujeitos defeituosos e tarados e nesses a escassa fertilidade e a escassa resistência se acentuam. Como pode?".
A minha resposta: Isto pode (nem sempre, porque em cada criadouro diferente são os caracteres hereditários em causa, em particular os genes multifatoriais que são fortemente influenciados pelos fatores ambientais – alimentos, local, tipo de aeração, espaços, desinfecção etc. – que variam de um criadouro para outro) depender: 1 – Doacúmulo, crescente ano após ano com a "emissão" de novos sujeitos de diversas proveniências, das taras hereditárias e de muitos defeitos2 – Do acúmulo dos genes entre eles incompatíveis3 – Da falta de aplicação de um correto método consangüíneo, que SOMENTE METADE é capaz de "filtrar" o patrimônio hereditário que permite o nascimento de 2 grupos de aves: Grupo A: aquelas sãs, belas, férteis e robustas, somente os que devem ser destinadas para reprodução e o Grupo B: sujeitos fracos, pouco férteis, com tara de vários graus, que não devem jamais ser usados como raçadoresmesmo que belíssimos! A sua beleza é só aparente seja porque somente excepcionalmente a possam transmitir aos filhos sendo "impuros"e, além disso, são perigosos porque transmitem as suas taras, fraquezas e vários defeitos aos filhos e a criação não será outra que a de um hóspede; 4 – Com o acúmulo de tantos caracteres (positivos e negativos) a seleção tem escasso efeito já que nos sujeitos nascidos depois de diversos anos de aplicação de somente exo-cruzamento, o patrimônio hereditário não é mais controlável; 5 – Com o tempo, colocando-se sempre novos sujeitos, ano após ano, portadores de uma miríade de genes, tanto positivos como negativos, se obterá uma "coleta de caracteres de todos os tipos", ou seja "uma confusão de genes" entre os quais prevalecem nitidamente: defeitos, taras e várias fraquezas sobre os caracteres positivos.
A heterose ou vigor híbrido
Acasalando-se entre si dois sujeitos pertencentes a duas raças ou variedades diferentes obtém-se os mestiços, ou seja, indivíduos heterozigóticos (impuros) e vai-se obter a associação de características morfológicas (caracteres "externos", que podemos ver) e/ou funcionais (comportamento e funcionamento dos órgãos internos) presentes nas duas raças com a finalidade de dar vida a sujeitos mais robustos e mais férteis.
A razão teórica para base deste método de reprodução é aquela de produzir um dos seguintes dois tipos de animais:
A) Com características funcionais e morfológicas intermediárias àqueles dois genitores.
B) Com características superiores à média daquela dos mesmos dois genitores pelo efeito da heterose (por "superior" pode-se entender um maior vigor, maior fertilidade e, às vezes, maior tamanho).
Até hoje uma explicação totalmente convincente do fenômeno "heretose" ou "vigor híbrido"não existe: supõe-se uma "melhor combinação" dos fatores inerentes à saúde e ao vigor ou a uma "ação combinada da célula" ou a "somatória da ação dos diversos genes" portados pelos dois genitores ou a instauração, nos mestiços ou "híbridos F1", de uma "interação entre genes" não existente nas populações das duas diversas raças que são utilizadas no cruzamento.
Na zootecnia e na agricultura se favorece o fenômeno da heterose para obter-se híbridos heteróticos ou comerciais (que, na realidade, são "falsos híbridos" ou melhor, "mestiços", já que nascidos de duas raças diferentes; enquanto o híbrido verdadeiro é obtido de duas espécies diferentes: por ex. um pintassilgo e um canário) que são mais produtivos e mais vigorosos e não são utilizados como raçadores, ou seja, servem para serem colocados no mercado (frangos para carne, bovinos para carne etc.).
Acasalando aves pertencentes a uma única raça, mas que faça parte de uma sub-raça ou variedade da mesma raça, no final de um ano de acasalamentos podem nascer sujeitos mais vigorosos e mais férteis.
Por exemplo: se um grupo de aves de um determinado criadouro de Frisados Parisienses é constituído de indivíduos pouco férteis, de fraca constituição, com escassa resistência a doenças e com a plumagem que tende a ser mais fofa, dito grupo pode ser melhorado introduzindo-se o patrimônio hereditário de fortes e férteis sujeitos, providos de penas "rudes" e bem firmes pertencentes a sub-raça Frisado-de-cor.
Se os sujeitos para o melhoramento são bem escolhidos, em um ou dois anos pode-se obter sujeitos mais robustos e mais férteis mas, quase sempre com características estéticas pioradas. E isto é lógico já que, se num criadouro de belas aves (ou seja, o melhor possível semelhante ao modelo de perfeição do padrão) colocamos o sangue de sujeitos esteticamente maus brutos, embora possuindo alta fertilidade e vigor, a bela qualidade tende a reduzir-se ou a desaparecer, levando o criador a "reconstrução" do grupo (Nota: preferir o programa plurianual em consangüinidade).
Em todo este entrelaçamento de sangue diverso torna-se assim interessante a utilização de variedades diferentes para obter melhoramentos do crescimento, do tamanho e da rusticidade, sem deprimir as outras capacidades vitais, como a reprodutiva (fecundação e número de ovos por ano) e como a resistência física às doenças.
De toda a mencionada argumentação um leitor, não por dentro dos "mistérios" das leis hereditárias, poderia ser induzido à convicção de aplicar sempre o exo-cruzamento, ano após ano, pensando, assim, manter no tempo vigor e fertilidade.
Ao invés, entretanto, pelas minhas experiências de criação que faço há muitos anos com numerosas raças, sub-raças e variedade de canários, as coisas andam de modo contrário.
Concentro os principais conceitos que devem estar bem claros na mente do criador que deseja verdadeiramente produzir uma linhagem de alto valor.
Exo-cruzamento: após ano, somente o acasalamento de aves com diferentes (freqüentemente desconhecido) patrimônio hereditário, nos primeiros 2 ou 3 anos podem nascer sujeitos bastante vigorosos e férteis, mas esteticamente variadíssimos, com um elevado número de sujeitos de descarte e entre si não homogêneos; nasce, por fortuita combinação de genes, algum raro "belo sujeito" mas que, sendo "impuro", não pode transmitir a própria qualidade aos filhos. O patrimônio hereditário, constituído por uma "confusão de genes de todos os tipos", não pode ser bem controlado pela seleção genética a qual, neste "entrançado de sangue diferente", não pode adequadamente agir. Continuando a aplicar o exo-cruzamento ano após ano, adquirindo para cada ciclo reprodutivo novos sujeitos, acresce-se enormemente o número dos genes portando valores e genes portando defeitos, e estes últimos terão sempre a prevalência sobre os primeiros; assim se verifica o fenômeno: nos primeiros 2 ou 3 anos (na maioria dos casos) são bons o vigor e a fertilidade, não existirá homogeneidade (aves muito diferentes uma da outra e de todos os tipos), elevado o número de sujeitos para descarte, raros os sujeitos "belos" e serão totalmente inúteis os esforços para produzir aves que reúnam os valores do padrão (tudo ocorre ao acaso). Com o passar dos anos "aumentarão os sujeitos doentios, tarados, fracos, pouco férteis ou estéreis com numerosos outros defeitos" e isto porque vão se acumulando cada vez mais os genes portadores dos defeitos que, aumentando ano após ano (devido aos novos deletérios adquiridos) prevalecendo nitidamente sobre os de valores, com resultados totalmente decepcionantes. Ou seja, a heterose se manifesta somente nos primeiros anos mas, com o passar dos anos e aumentando sempre mais – por acúmulo – os genes negativos introduzidos continuamente com as novas aquisições (no temor totalmente injustificado da "consangüinidade" a qual, entre outros, não pode existir nem de longe, em uma população totalmente heterogênica nascida do exo-cruzamento), com o tempo, também através da aplicação constante do exo-cruzamento, se obterão muitas aves cheias de defeitos de todos os tipos (com escassa fertilidade, fraquezas várias, presença de muitos defeitos). Por conseqüência: se a cada ano se comprar novos sujeitos aumentando os genes portadores de uma multiplicidade de defeitos e se é constatado que basta um ano para introduzir um ou mais defeitos, enquanto devem ocorrer de três a mais anos para que se possam manifestar no melhor certos valores (sempre, neste último caso, se se aplica corretamente a consangüinidade coadjuvada por uma severa seleção).
Em poucas palavras: A aplicação constante de somente exo-cruzamento leva mais que tudo a resultados geralmente negativos e alguns resultados positivos (particularmente nos 2 ou 3 primeiros anos da aplicação), limitadamente à fertilidade e ao vigor, mas predominantemente negativos pelo que concerne os aspectos estéticos (predominância de sujeitos de descarte, distante das características de excelência do padrão).
Consangüinidade: se aplicada de forma empírica, sem seguir corretamente o programa plurianual consangüíneo, leva a resultados mais negativos que positivos, em particular a redução da fertilidade e a diminuição do tamanho. Se, ao contrário, se escolher os melhores raçadores, se segue um correto programa consangüíneo plurianual, se vai associado sempre a uma rigorosa seleção genética que afasta as aves defeituosas e mais ou menos fracas e com taras, embora se belíssimas, e se é reforçada pelo acurada introdução de sangue novo (de fazer somente se necessário e com toda a cautela indicadas no livro "Campioni e Razzatori", para evitar a introdução na linhagem de genes incompatíveis e taras hereditárias que arruinaria o longo trabalho dos anos precedentes) então a consangüinidade torna-se um meio formidável e único para produzir linhagens de aves de alto valor e em grau de transmitir suas valorosas características aos filhos. Deve-se notar que o criador tem uma ampla escolha para aplicar o método de reprodução consangüínea: teme-se (sem um motivo real) muito a consangüinidade, pode aplicar a consangüinidade larga (chamada pelos anglossaxões de "line-breeding") quando o grau de parentesco entre os dois sujeitos que se acasala vai de 5o ao 10o grau. Ou a consangüinidade média (ïn breeding" ou "close breeding"), quando o acasalamento se faz entre indivíduos em 3o e o 4o grau de parentesco (ex. tio e neto). Ou a consanguinidade estreita ("breeding in and in") quando os acasalamentos se fazem entre indivíduos compreendidos entre o 1o e o 2o grau de parentesco (ex. entre pai e filha; entre irmãos e irmãs etc.).
No livro "Campione e Razzatori" a reprodução mediante o método consangüíneo está descrita com detalhes de modo que o criador possa escolher o programa plurianualmais apropriado para o número de aves que pretende criar e ao tempo que possa dedicar a elas.
Aplicando a consangüinidade necessita-se de mais tempo e mais cuidados do que é necessário com outros métodos de reprodução.
Aspectos negativos que surgem com a consangüinidade mal aplicada
A reprodução consangüínea pode (ou seja,nem sempre) causar, se mal aplicada, os seguintes inconvenientes (em cada criadouro pode aparecer este ou aquele inconveniente, não todos aqueles que a seguir apresentaremos): enfraquecimento – maior predisposição às doenças infecciosas – diminuição: do tamanho (dimensões), do peso, da fertilidade – diminuição do vigor. Aparecimento de taras hereditárias (ex. cegueira, dedos escorregadios etc.).
Em seguida a essas mencionadas manifestações, em muitos criadouros tem se instaurado em sentido de desconfiança e isto pelos seguintes motivos: a) aparecimento das taras hereditárias, em particular nos primeiros 2 anos de aplicação; b) aparecimento dos mencionados inconvenientes; c) sobretudo falta de conhecimento dos métodos corretos da sua aplicação mediante programas plurianuais; d) de haver "sentido" do aparecimento das taras hereditárias no campo humano (ex. casamento entre primos); e) o não conhecimento dos formidáveis efeitos positivos que são obtidos mediante a sua correta aplicação.
Aspectos positivos da correta aplicação da consangüinidade
Porém um crescente número de criadores te m se tornado convictos partidários da correta aplicação da consangüinidade, e além disso há mais de 200 anos os criadores ingleses têm demonstrado (seja nos animais de corte ou nos de estimação) que somente através da consangüinidade são obtidas novas esplêndidas Raças e Variedades, seja no campo vegetal, seja no animal. Ela é largamente empregada no mundo vegetal, onde realmente é possível a auto-fecundação (ou seja, a planta com as próprias flores masculinas fecunda a mesma com pólen da flor feminina) e a produção de "cultivar" de plantas geneticamente puras, ou seja, com caracteres hereditários em estado homozigoto. Os ingleses, mediante a aplicação da consangüinidade larga e estreita, têm produzido um elevado número de novas raças: ex. nos bovinos a raça Shorthorn ouDurham, por obra dos irmãos Collins, com trabalhos consangüíneos e relativas seleções que duraram de 1785 a 1815, e são famosos os touros-reprodutores-melhoradores conhecidos com os nomes de "Hubbach" e "Favorite", nascidos de gerações de acasalamentos consangüíneos e eles mesmos acasalados em consangüinidade com filhos, netos e bisnetos; esses deram origem a uma progênie soberba com características, para a produção de carne, de alto nível. Nos cavalos sempre tem sido aplicada a consangüinidade larga e média e até a estreita, nas Raças Puro sangue inglês e Trotador Americano (esta última Raça deriva de um antepassado chamado Hambletonian 10, raçador-melhorador que produziu dois garanhões raçadores que são os antepassados da grande maioria da população hoje existente da dita Raça). Depois de mais de 150 anos, seguindo os programas plurianuais adotados para os cavalos puro sangue, os criadores ingleses de canários produziram antes com mestiçagem e depois em consangüinidade (e continuam a utilizar ainda hoje) as suas numerosas e famosas Raças: Lancashire, Yorkshire, Border, Fife, Gloster, Scotch, Norwich, Crested, Irish Fancy, Stafford.
Os ingleses aplicam a consangüinidade, e relativa seleção, praticamente a todas as Espécies e Raças de animais: produziram a majestosa Raça gigante "periquito ondulado inglês", com 24 cm de comprimento (a espécie selvagem tem 4-6 cm a menos) e grande cabeça num corpo maciço. Além do mais, como nos periquitos ondulados os ingleses aplicam a consangüinidade a todas as aves de todas espécies selecionadas, tal como Diamantes mandarins e Pardais do Japão
Fiz apenas rápidos comentários sobre os resultados positivos obtidos, em várias espécies de animais e de plantas, verdadeiramente surpreendentes: criação de novas Raças e novas Variedades, que são sempre criadas mediante acasalamentos consangüíneos. E todos estes animais e vegetais, não obstante tenham nascido de uniões consangüíneas e aplicados em consangüinidade, são sãos, férteis (por ex. um Touro reprodutor produz mais de 10.000 filhos num ano, mediante a inseminação artificial e é o resultado de dezenas de acurados cruzamentos em consangüinidade média e estreita) e esteticamente (ou produtivamente) excelentes. Estes dados são de FATO!
Com a aplicação da consangüinidade pode-se obter tantos resultados positivos como negativos.
A aplicação da consangüinidade pode dar resultados positivos e também negativos e para entender o por quê de tais resultados, às vezes contrastantes, procurarei dar outras noções para permitir ao criador compreende-la a fundo e, conseqüentemente, aplicá-la corretamente.
Primeiramente achamos o que fazer com animais vivos, nos quais agem leis biológicas ainda hoje não bem conhecidas.
Não estamos na matemática, onde sabemos que 2 + 2 são quatro. Na Biologia aplicando-se o mesmo método, sobre duas diversas populações (ex. as aves vivas em dois diferentes criadouros), pode-se obter resultados seja constantes (em um positivos e negativos em outro) seja concordantes (em ambos positivo ou negativo). Isto porque entra em jogo fatores diferentes nas duas populações: diversos patrimônios hereditários, diversos ambientes, diversas alimentações, diversa capacidade do criador etc.
As nossas Raças não são "puras"(somente nos vegetais, sendo possível a autofecundação, pode-se obter a pureza – homozigose – absoluta), porque são formadas de populações constituídas de único indivíduo, no qual o genótipo (patrimônio hereditário) é diferente do fenótipo (caracteres morfológicos externos, aqueles que podemos ver), também se nasceram de diferentes gerações obtidas mediante a consangüinidade (também se neste último caso, os vários sujeitos entre eles consangüíneos tenham patrimônio hereditário semelhante, para os quais tornam entre eles mais homogêneo.
Existem fatores letais e semiletais, normalmente recessivos, os quais podem ser portadores de muitas taras hereditárias (alta mortalidade embrionário, monstruosidades, cegueira etc.). Se não se aplica a consangüinidade, é extremamente difícil que o gene portador de uma certa tara recessiva do pai possa, durante a fecundação, encontrar o mesmo tipo de gene portado pela mãe, enquanto a reprodução se dá entre dois sujeitos não parentes e seus filhos evidenciarão caracteres dominantes (normalidade) e ficarão latentes os caracteres (taras) recessivos. Pelo oposto, aplicando a consangüinidade, quanto mais esta for estreita, tanto mais altas serão as possibilidades que os genes da tara, portados pelos dois genitores, possam se encontrar: assim se obterão filhos homozigotos para a tara, presente em "dupla dose"(um gene proveniente do pai e o outro da mãe), e dita tara poderá assim se manifestar com os seus efeitos deletérios. Mas isto é só um bem, porque todos os sujeitos que manifestam a tara (ex. cegueira), e também todos os seus parentes mais estreitos (irmãos, genitores, netos, filhos etc.) não devem ser destinados para reprodução. Com esta rigorosa seleção, ano após ano, as taras tendem a desaparecer em qualquer criadouro.
A consangüinidade, larga-média-estreita, esta última mais eficaz, determina um crescente número de sujeitos homozigotos ("puros"), seja para os caracteres positivos como para os negativos. Regra: eliminando drasticamente as aves que evidenciaram os caracteres negativos, aumentarão sempre mais os sujeitos possuidores de caracteres positivos (alta fertilidade, beleza estética como o padrão, robustez, vigor, resistência às doenças, ausência de taras hereditárias etc.).
A consangüinidade leva a um aumento da homogeneidade seja genotípica como fenotípica; por conseguinte se se parte de genitores fenotipicamente e genotipicamente evidenciando bons caracteres, obtém-se uma prole sempre mais homogênea, sempre mais aderente às características de excelência do padrão, sempre mais fértil e sempre mais robusta e vice-versa.
Nas aves entre si consangüíneas, junto a maior homogeneidade aumenta a potência hereditária estando também esta última ligada a homozigosidade (pureza). Com a aplicação da consangüinidade, assim, se evidencia o genótipo dos genitores; ou seja, examinando os caracteres dos filhos, pode-se levar em conta se prevalecem os caracteres positivos ou aqueles negativos e isto permite se fazer a escolha: ou ter aquele grupo de sujeitos entre si consangüíneos (usando-os na reprodução), ou se prevalecendo os defeitos, eliminar-lhe.
Portanto, a consangüinidade, por si só, não determina inconvenientes de nenhum tipo; ela é somente um meio de evidenciar os caracteres portados pelos indivíduos, fazendo aparecer valores e defeitos permitindo uma rigorosa seleção que afasta todos os sujeitos defeituosos e usa-se para reprodução somente os sujeitos portadores de valor (a beleza estética, em um reprodutor, deve sempre ser associada ao vigor, a fertilidade e robustez). Tudo isto é o núcleo da consangüinidade
Os resultados dependem dos sujeitos sobre os quais a consangüinidade é aplicada.
Se se aplica a consangüinidade dos reprodutores que manifestam caracteres negativos (ex: homozigose para uma determinada tara hereditária, como a escassa fertilidade), ou que os mesmos se encontrem em estado latente (ex. heterozigotos para uma certa tara) mas, estes últimos, poderiam se manifestar na prole, é óbvio que se obterão somente resultados negativos.
Se, ao invés, os reprodutores não manifestaram caracteres negativos ou os mesmos não se encontravam em estado latente, então os resultados serão positivos mesmo se aplicar a consangüinidade.
Conclusão: a consangüinidade, assim, deve ser utilizada somente em sujeitos de ótimas características, seja no fenótipo, seja no genótipo, com a finalidade de fixar as mesmas na descendência.
Se se verifica uma mutação com uma nova característica que se interessa inserir na Raça ou Espécie, a consangüinidade torna-se o meio mais seguro e rápido para fixar no patrimônio hereditário o novo caráter.
Sangue Novo
Durante os primeiros anos (1-3) da aplicação da consangüinidade é mais elevado o número de nascidos fracos, tarados, defeituosos de várias maneiras. Mas se se aplica constantemente, ano após ano, uma rigorosa seleção (combatendo sobretudo o deletério instinto de se utilizar como reprodutores sujeitos fracos, pouco férteis, mais ou menos tarados e com vários graus de defeitos somente pelo fato de serem esteticamente ataentes), logo logo taras e defeitos vão se distanciando e se obtém uma crescente depuração do patrimônio hereditário. Nos anos sucessivos defeitos e taras gradualmente diminuem e desaparecem. Aí então se tem constituído uma linhagem consangüínea de alto valor, na qual, ano após ano, somente são acumulados os valores e a qualidade e os reprodutores serão sãos e férteis, de belo aspecto, entre eles homogêneos e capazes de transmitir à descendência as suas qualidades.
Escolhendo no livro "Campione e Razzatori" um dos vários programas plurianuais de aplicação da consangüinidade, se procede seguindo o indicado no único esquema. Ao término do ciclo, pode-se reaplicar o mesmo esquema ou adotar um outro entre os tantos detalhadamente descritos.
Se não ocorrerem imprevistos, a coisa vai bem, mas somente se também os fatores ambientais (espaço, limpeza, aeração, desinfecção, luz, temperatura adequada bem como umidade etc.) e a alimentação será aplicada nos melhores modos.
Não se pode pretender, e isto independentemente se a consangüinidade for aplicada ou não, se obter resultados positivos tendo as aves em ambientes inadequados (superpopulação, pouca limpeza etc.) e mal alimentadas. Como bem destacamos de forma extensa no tratado "Campione e Razzatori", as principais características referentes ao criadouro de aves são dadas pelos genes quantitativos ou multifatoriais os quais são fortemente influenciados (positivamente ou negativamente) tanto pelos fatores ambientais como pelo tipo e qualidade dos alimentos fornecidos.
Somente se alimentação e o ambiente são idôneos é possível, ao patrimônio hereditário, manifestar o melhor das suas possibilidades.
Se são criadores superficiais que aplicando a consangüinidade, a culpam (injustamente) por todos os aspectos negativos que ocorram nos seus criadouros: por uma atenta investigação se pode apurar, ao invés, que a culpa deve ser imputada ao próprio criador que mantém as aves em um local inadequado e com grande população e/ou também alimentando-as com alimentos vencidos: nestes casos a consangüinidade está totalmente inocente.
Mas pode acontecer que, na presença de determinados patrimônios hereditários, a consangüinidade não consegue dar particulares benefícios (os sujeitos sãos, férteis e com boa qualidade são escassos, enquanto preponderam os sujeitos de descarte): isto se pode constatar não antes do 3o ano de aplicação (observando os novos do 3o ano) enquanto sobre um grupo de aves onde a consangüinidade não mais era aplicada, resulta quase "normal" o fato que nos primeiros dois anos de acasalamentos consangüíneos seja elevado o número dos sujeitos defeituosos.
 
Mas se pode verificar o caso que, também nos 3o, 4o, 5o anos de aplicações, não cresce o número de aves possuindo qualidade e prevalecem sempre os sujeitos para descarte, com fenômenos negativos difusos quer morfologicamente (muitos defeitos externos) quer funcionais (mortalidade difusa e persistente na casca ou nos primeiros dias de vida – apurar se a causa disto não é uma doença infecciosa – escassa fertilidade, fraqueza difusa, aparecimento freqüente de determinadas taras hereditárias etc.).
Nestes casos deve-se se recorrer ao chamado "refrescamento de sangue", dito também "sangue novo"; com todas as cautelas descritas no livro "Campioni e Razzatori", se compra somente um sujeito macho proveniente de um outro criadouro (no qual, preferivelmente já seja aplicada positivamente a consangüinidade pelo menos há 3 anos) que deve possuir alta fertilidade, robustez e boa qualidade estética.
Este sujeito, reprodutor/sangue-novo será acasalado com duas boas fêmeas do próprio criadouro; as melhores duas filhas serão acasaladas ao pai e, no segundo ano, são observados os novos filhos; se a maioria deles manifesta um evidente melhoramento (mostrando, mesmo parcialmente, a qualidade do pai), então significa que a nova aquisição não possui genes incompatíveis com aqueles do próprio criadouro e, assim, gradualmente, se formará uma outra linhagem sangüínea que, pouco a pouco, suplantará a precedente linhagem mal funcionante.
Aplicando este esquema, porém, pela presença de genes incompatíveis entre os patrimônios hereditários da nova aquisição e aqueles da própria linhagem, vai se "sujar" a fórmula hereditária do mesmo com a difusão de indivíduos heterozigotos, freqüentemente decadentes; e isto pode colocar a perder todo o trabalho feito precedentemente.
A reprodução interfamiliar ou interlinear
Para evitar os eventuais inconvenientes que ocorrem pela introdução de patrimônio hereditário diverso de uma ave recém adquirida, sem destruir o trabalho de melhoramento seletivo efetuado nos anos precedentes, pode-se agir de dois modos:
A) Testar a nova aquisição: ou seja, por alguns anos (2, 3 ou mais), se constitui uma linhagem consangüínea separada e se observam os resultados. Somente se estes forem positivos poderá se estender gradualmente à nossa linhagem os novos caracteres do sujeito adquirido.
B) Ou pode-se aplicar os acasalamentos interlineares ou interfamiliares; os anglo-saxões chamam este método de interbreeding. Ou seja, ao invés de iniciar com a formação de uma só linhagem consangüínea, se parte com a constituição consangüínea de duas ou mais famílias (ditas linhas de sangue), adotando para isso o mesmo tipo deesquema plurianual ou também esquemas diversos para cada uma dessas, escolhendo os esquemas do livro "Campioni e Razzatori". Aconselho utilizar, para tudo, o mesmo esquema porque deste modo o método é o mesmo para cada família, e mais uniformes serão os resultados finais. As linhas de sangue assim formadas são reproduzidas em consangüinidade, mas independentemente uma da outra. Quando em uma ou na outra linha (ou em ambas) se verifica algum aspecto negativo, se efetua o "refrescamento de sangue" entre as duas famílias, que serão mais ou menos homozigotas em relação aos caracteres selecionados. Assim agindo são anulados os inconvenientes e não se destroem os resultados do trabalho dos anos precedentes. Com o "sangue novo" se diminui a homozigose dos caracteres que comportam os aspectos negativos e a variabilidade genética fica aumentada e isto sem um excessivo afastamento das características que se deseja fixar.
Conclusões
Consangüinidade: como estabelecer o grau de parentesco
A consangüinidade consiste em acasalar-se sujeitos pertencentes à própria família. É importante conhecer o grau de parentesco que intercorre entre os constituintes do casal sexual.
São duas as formas de parentesco: em linha direta (aquela existente entre filhos e os genitores, os avós, os bisnetos etc.); em linha colateral (aquela existente entre irmãos, entre os meio-irmãos, entre irmãs e irmãos, entre tios e sobrinhos etc.) .
grau de parentesco pode ser facilmente estabelecido através do esquema:
Acasalando-se um macho A com duas fêmeas BB1 obteremos, respectivamente, duas linhas diretas: A,B,C,D,E e A1,B1,C1,D1,E1.
São, entre si, colaterais B e B1 (meio irmãos, porque nascidos de duas fêmeas diferentes). A é o fundadorB e B1 são filhos de A; C e C1 os netos de A e assim por diante.
Entre a duas linhas diretas (A,B,C,D,E e A1,B1,C1,D1 e E1) estão os parentes colaterais (ex. entre C e C1 ou entre C e D1).
grau de parentesco é calculado se contando as letras, excluindo-se a primeira, que intercorre entre as duas consangüíneas. Alguns exemplos: entre A e B existe um parentesco de 1º grau; entre A e C de 2º grau; entre A e D, de 3º grau; entre e Cde 5o grau; entre B e E de 3º grau.
Parentesco de 1º grau: entre pai e filho
Parentesco de 2º grau: entre avo e neto ou entre irmão e irmã.
Parentesco de 3º grau: entre bisavô e bisneto ou entre tio e sobrinho
Parentesco de 4ºgrau: entre primos
A consangüinidade pode ser:
Estreita se de  e 2º graus
Média se de  e 4º graus
Larga entre o 5º e 10º graus
A consangüinidade larga e média é chamada pelos anglo-saxões de Line-breeding, enquanto a consangüinidade estreita de inbreeding.
A consangüinidade pode ser considerada como um «Filtro do Patrimônio Hereditário» no sentido de que essa não provoca diretamente o aparecimento de taras hereditárias esim facilita esse aparecimento se elas estão presentes no patrimônio hereditário. Aplicando a consangüinidade são obtidos dois tipos de sujeitos: filhos sãos (para serem possuídos) e filhos tarados (para serem descartados). Aplicada durante muitos anos ela permite uma crescente purificação do patrimônio hereditário pelo qual, selecionando e acasalando entre si somente os sujeitos sãos (e com as características semelhantes ao padrão ideal), se obtém uma linhagem selecionada ou linha pura constituída por sujeitos de alto valor genético, uniformes, padronizados (semelhantes ao padrão ideal), sãos e campeões de exposições em alto percentual.
Se aplicamos a consangüinidade estreita teremos, em média, no primeiro ano somente 5% de sujeitos de se ter; no segundo ano cerca de 10%; no terceiro ano 20% e, com o passar dos anos, aplicando as regras gerais, uma drástica seleção escolhendo sempre e somente os sujeitos melhores, o percentual de sujeitos de alta qualidade aumentará ano após ano até a constituição de uma linhagem de valor.
Assim, aplicando a consangüinidade, obtém-se uma alta percentagem de sujeitos com caracteres cativos sobretudo nos primeiros dois anos, os criadores acham este método de reprodução muito danoso e que não deve ser mais usado sendo considerado injustamente, a causa de tantos males. Na realidade, se são acasalados entre si somente os sujeitos sãos e melhorados (como fertilidade, plumagem, porte, robustez etc.) e adequadamente selecionados, com o tempo se pode dar vida a uma linhagem de alto valor, sã, fértil, uniforme. Isto está amplamente demonstrado na prática de criação com ótimos resultados.
Acasalamento macho fundador com três fêmeas
É um método de consangüinidade que permite a rápida introdução das características de um sujeito excelente (Fundador F) em uma linhagem. O macho F é acasalado com duas ou três fêmeas de valor (A-B-C) possivelmente proveniente de um mesmo criadouro onde se pratica a consangüinidade, mas pertencentes cada um a linha diversa.
Primeiro acasalamento
` a
` F (fundador)
å ¯ æ
Fêmea: a A a B a C
¯ ¯ ¯
Filhos: machos AF BF CF
Fem: AF BF CF
Todos os jovens terão 50% do sangue do macho F e 50% do sangue da respectiva mãe A-B-C.
Jovens do 1o ano: 1/2F-1/2A 1/2F-1/2B 1/2F-1/2C
Segundo ano: ao fundador F se cruza as melhores três jovens filhas nascidas de cada uma fêmea A-B-C (ou nascidas também da própria fêmea se, por ex. a filha de uma determinada fêmea não apresenta caracteres de valor ou é defeituosa).
Segundo acasalamento:
` F (fundador)
å ¯ æ
fêmea 1/2F-1/2A a 1/2F-1/2B a 1/2F-1/2C a
Jovens do 2o ano: esses têm 75% do sangue de F.
Ou seja: ¾ de F e ¼ ou de A ou de B ou de C.
Terceiro ano: ao fundador F são cruzadas as melhores três fêmeas (ou duas, no caso de decréscimo do vigor ou se uma das fêmeas não apresenta caracteres de valor) nascidos no 2o ano.
Macho F (fundador) X três a a ; 3/4F-1/4A ou 3/4F-1/4B ou 3/4F-1/4B ou 3/4F-1/4C.
Jovens do 3o ano: 7/8F-1/8A 7/8F-1/8B 7/8F-1/8C.
Quarto ano: Escolher as três (ou duas) melhores fêmeas nascidas no 3o ano e acasalar ao fundador F.
Macho F (fundador) X três fêmeas: 7/8F-1/8A 7/8F-1/8B 7/8F-1/8C.
Jovens do 4o ano: 15/16F-1/16A 15/16F-1/16B 15/16F-1/16C.
Os jovens nascidos no 4o ano reproduzem quase totalmente os valores característicos do fundador F.
Entre os jovens nascidos no 4o ano escolher o melhor macho que será o novo fundador de um novo ciclo efetuando o mesmo procedimento indicado no precedente ciclo. Ter à disposição um irmão do novo fundador.
Algumas considerações
Como se esquematizou acima, ano após ano os jovens das sucessivas gerações serão sempre mais ou menos semelhante ao fundador F; deste modo se constitui uma boa linhagem com sujeitos uniformes, semelhantes ao padrão ideal. Com o método de consangüinidade acima são constituídas três linhas consangüíneas A-B-C (provenientes, cada uma, das três fêmeas iniciais) que são entre si diferentes por alguns caracteres (aqueles transmitidos de cada fêmea inicial), mas têm em comum as características de excelência do fundador F. Se se vai ampliar o criadouro pode-se acasalar entre si os melhores sujeitos pertencentes às três linhas e com isto, em seguida a uma certa forma de heterozigose, se aumenta o vigor e a fertilidade dos descendentes e se mantém a uniformidade e a alta genealogia da linhagem. Evitar ao máximo a introdução de um sujeitoexterno (proveniente de outro criadouro), mesmo que apresente boas características, porque poderia introduzir na linhagem ou defeitos recessivos ou taras hereditárias ou genes incompatíveis com aqueles da sua linhagem: isto anularia o bom trabalho de anos e anos.
Introdução de sangue novo (outbreeding)
É sempre perigoso introduzir em uma linhagem selecionada sujeitos "estranhos", provenientes mesmo de outros criadouros selecionados. Mas pode acontecer que na sua linhagem selecionada as várias aves precisem de um melhoramento de alguma característica (vigor, qualidade de plumagem, cor etc.).Deve-se, então adquirir um ótimo sujeito (que manifesta as excelentes características do padrão) proveniente de um criadouro onde se pratique a consangüinidade (isto porque muitas taras recessivas e muitos defeitos foram afastados com a rigorosa seleção): este sujeito, são e vigoroso, que chamamos G, deve representar as melhores características de melhoramento que se vai introduzir na própria linhagem. Se G é um macho deve ser acasalado a duas fêmeas da linhagem; se, ao invés, é uma fêmea, cruzá-la com dois machos.
Se G é um macho, acasalado a duas boas fêmeas da linhagem, deve ser "provado" ("Test-pairing") para constatar se é capaz ou não de transmitir à prole as boas características que manifesta externamente.
As duas fêmeas da própria linhagem já deverão ter produzido, na precedente estação, filhos de bom tipo e de boa qualidade de plumagem. Se os filhos das duas fêmeas, acasaladas a G, depois de ter superado a muda do primeiro ano, na maioria não apresentarem as boas características manifestadas por G, significa que este último tem uma potencialidade genética recessiva e, assim, G não deve ser mais usado (os seus filhos não devem ser adotados como reprodutores).
Se, ao invés, os filhos de G nascidos das duas fêmeas apresentarem com predominância dos caracteres do pai, significa que G tem um potencial genético dominante. Neste caso G será, na sucessiva estação de criação, acasalado com duas ou três das melhores filhas; no ano seguinte, se os filhos se assemelharem a G evidenciando boas características do padrão, as melhores filhas serão acasaladas a G e assim por diante. G pode ser considerado o fundador de um outro grupo consangüíneo. Agora será possível, depois de 3-4 anos de utilização de G, tentar acasalar o melhor macho ou a melhor fêmea do grupo G, nascidos na última geração com, respectivamente, uma ótima fêmea ou um ótimo macho da sua linhagem. Notar-se-á um melhoramento do vigor, da plumagem, da fertilidade. Se os dois grupos tiverem, além disso, uma compatibilidade genética então melhoraremos também o tipo, a forma e a constituição. Aplicar sempre uma acurada seleção e as "regras gerais". No caso de G ter ótimas características, pode também ser ainda "provado", na estação seguinte com as mesmas duas fêmeas da estação precedente e, eventualmente, com uma terceira fêmea da própria linhagem.
Se também na segunda estação os filhos nascidos não evidenciam as boas características do pai, G deve ser descartado definitivamente. Pode também acontecer que, nas três fêmeas acasaladas a G, os filhos de uma das três manifestar boas qualidades exteriores do pai; neste caso somente as melhores filhas derivadas desta fêmea podem ser acasaladas a G para constituir uma linhagem separada.
As mais freqüentes utilizações de um sujeito (G) estranho à linhagem
Um sujeito adquirido G, "esterno" da própria linhagem, normalmente só é utilizado uma só vez para dar uma ou duas características (ex. boa qualidade da plumagem, boa cor), que na linhagem estão defeituosas ou que dão aspectos negativos (por ex. escassa fertilidade). Adotar todas as cautelas necessárias para evitar o perigo de introduzir na linhagem problemas indesejáveis (ex. tara hereditária) e ou incompatibilidades.
G deve apresentar as características acima indicadas. Pode se adotar uma ou duas fêmeas da própria linhagem acasalando-se com G; somente se a maioria dos filhos de Gmanifesta um melhoramento das características desejadas então se utiliza do seguinte modo. Em caso negativo (presença das características negativas e nenhum melhoramento) os filhos de G devem ser descartados.
Esquema: acasalamento de G com uma fêmea F
Macho G` = sujeito "externo"
` G X a Fa = pertencente à própria linhagem estabilizada
Filhos: 1/2G – 1/2F, machos e fêmeas.
Na estação seguinte se acasalam os melhores entre irmãos x irmãs: macho 1/2G – 1/2F X fêmea 1/2 G – 1/2F dará:
Filhos de 3 diferentes patrimônios hereditários: 25% 1/2 G – 1/2 G; 50% 1/2 G – 1/2 F; 25% 1/2 F – 1/2 F. São estes últimos (1/2 F – 1/2 F), que manifestam as boas características de G e apresentam o patrimônio hereditário da própria linhagem estabilizada (F), devem ser usados e os melhores acasalados a alguns sujeitos da linhagem (caso o "sangue" externo de G não tenha perigos efetuando o mesmo acasalamento entre irmãos X irmãs, sempre se os genitores sejam sãos e isentos de taras hereditárias). Dos acasalamentos dos melhores derivados de G com alguns ótimos sujeitos da própria linhagem F, conduzidos por 3 ou 4 anos, nascem aves que é bom que não sejam "misturadas" às outras linhagens; isto para controlar se aparecem os não características negativas ("genes" indesejáveis ou incompatíveis com aqueles da linhagem). Se, ao invés, em torno de 3-4 anos, não aparecerem características negativas os melhores derivados de G podem ser "introduzidos" na linhagem estabilizada F.
Tradução: PSF
Este artigo não pode ser reproduzido sob nenhuma forma sem autorização expressa do autor: Giorgio de Bassegio – Il Mondo degli Uccelli: Via Cerbai, 11 – 40032 Camugnano (BO) – Tel. 0534-46479 – Itália
 
N.T.- Como referências do mesmo autor: «Como selecionar uma linhagem de alto valor genealógico» AO nº14, pág.6; «Consangüinidade entre pássaros» AO nº 16, pág.6; «Consangüinidade estreita: um método eficaz» AO nº 19, pág.4;«Acasalamentos não consangüíneos (outbreeding)» ; AO nº20 pág.5; « Modernas Técnicas para Construir uma Linhagem de Alto Nível Genético» AO n.44,pág.10; «Hereditariedade multifatorial ou quantitativa - Notas técnicas sobre aves de grande e pequeno porte. A heteditariedade quantitativa»; AO 71, pág.11«Hereditariedade multifatorial ou quantitativa »; AO 73, pág.12
 
Ufa da trabalho ler
mas só lendo e pesquisando se tem o tal conhecimento
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Dom 31 Ago - 18:41
É polemico mas vamos lá....

Buscando sempre oq se tem de melhor para as aves e para os admiradores, desde o ano 2000 busco o melhor no meu entender...

Fazia cruzamento somente pela minha observação e conhecimento da raça, só que em 2010 surgiu a oportunidade de fazer um curso de zootecnia voltado exclusivamente para animais de pequeno porte, com acentuação em aves e pássaros, pois bem ali era a oportunidade de saber o beabá do que eu já tinha a noção na pratica.

Com isso tive a certeza do trabalho que fazia nos 10 anos anteriores continuariam me dando os resultados desejados.

Em 2011 com o plantel formado, por problemas particulares tive que parar de criar e dispus para amigos algumas fêmeas e galadores com meu sangue já acentuado .

Em final de 2012 pude enfim voltar a reproduzir mas reduzindo a quantidade de espécies, passando para curió e bicudo em grande escala e sabiás da mata em apenas dois casais.

Bem a partir dali já tinha a noção do que queria, tinha ficado com algumas matrizes machos e fêmeas e sabia onde ir buscar o que eu queria para refazer o plantel, nesse ano de 2012 já fiz cruzamentos dentro do mesmo sangue e com grau de parentesco de 2° e 3° geração.

Seguindo essa linhagem e já com meu plantel refeito tendo pego dentro do mesmo ano, filhotas de amigos em que eu tinha disponibilizado fêmeas do meu antigo plantel, passei então em 2013 repetir cruzamentos que eu já tinha feito lá atrás com sucesso, mas com outra linhagem e consequentemente outro sangue, podendo assim afirmar as minhas conclusões.

Sendo assim esse ano, repito o ano de 2006 chegando ao F5, nas gerações anteriores a esse meu regresso a criação obtive ótimos resultados nos cruzamentos consanguíneos por várias gerações, afirmando o melhor de cada traço que queria usar.

Não vi nesses meus cruzamentos problemas de saúde, formação óssea, deficiência em absorver vitaminas ou problemas ligados a genética....

Já me alonguei demais....mas pra frente vou dando continuidade....
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Dom 31 Ago - 18:53
Não acho que esse tópico seja abordado só para canaristas, aprimoramento de raça é de qualquer ser vivo...
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